terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sonho ter o que já tenho!

Sonho ter o que já tenho!

Você já parou para analisar o modo como você vive sua vida de fé?

Já reparou nas letras de algumas músicas que canta?


Tenho meditado algum tempo sobre “a presença de Deus”. Nossa, hoje em dia isso é moda, isso é mídia, mas na verdade nos tira do verdadeiro foco. Muitas vezes eu me achei “clamando pela presença de Deus”, outras vezes eu quis encontrar essa presença FAZENDO coisas para Deus, tentando agradar a Ele, e quantas vezes eu me SENTI afastado de Deus por não fazer o que Ele queria, quantas vezes eu tentei fazer algo, ou até SER alguém “especial” para Deus, orando, lendo a bíblia, “fazendo a obra” heheheheh essa é a mais comum. Não estou dizendo que não devemos ouvir ou cantar essas músicas, ou que não devamos orar, ler a bíblia, fazer sua “obra”, não me entendam errado, isso tudo faz parte de nossa vida com Deus, de nossa vida de fé, mas isso NÃO é a formula mágica da “manifestação da presença de Deus”.



Sabe tenho que estar me “policiando”constantemente, pois sou levado pelo meu dia a dia a tentar “obter a presença de Deus”... - se eu não fizer tal coisa para Deus certamente estarei mais longe dEle e se eu o fizer estarei mais perto. Aí sou tentado a fazer, ou viver para Deus por causa de suas bênçãos por causa do que Ele pode me dar, ou com medo de perder o que na verdade não possuo, a sua presença.


O resultado disso é a confusão. Confusão que se cria em minha mente sobre como devo tomar minhas decisões e atitudes, sobre como agradar a Deus o suficiente para chegar a presença dEle, para ter um relacionamento verdadeiro com Ele.

Tivemos em nossa comunidade uma semana de oração pelos propósitos, planos, e sonhos do ano de 2010, e nessa semana o pastor falou sobre o salmo 131, onde o salmista “manda” sua alma se “aquietar na presença de Deus”. Isso me ajudou muito a refletir e crescer mais sobre essa questão de “presença dEle” de relacionamento com Ele. O que eu e você temos que entender é que a MANIFESTAÇAO da presença de Deus é DIFERENTE da presença CONSTANTE que Ele tem em nosso dia a dia. Quando o salmista manda sua alma se aquietar na presença de Deus não significa que Deus estava se “manifestando” através de uma teofania, ou da de sua glória, que também são coisas diferentes, mas que ele tinha a consciência de que Deus É PRESENTE na vida dele. Independe do que eu faça, do que eu sinta, do que eu busque, e daí entendo que no final eu estou buscando algo que não depende de mim, não existe lugar na bíblia como uma fórmula secreta que se eu fizer tal coisa, ou ser de tal jeito Deus ira fazer “puff” e sua presença será “sentida” por mim. O verdadeiro adorador que Deus procura não é aquele que esta a procura da “manifestação de sua presença”, o verdadeiro adorador que Deus procura é aquele que SABE, e que CRE que Deus esta presente aqui e agora, até mesmo enquanto você esta lendo este artigo.

Então descobri que eu muitas vezes procuro por algo que já tenho, pois SEI que a presença de Deus é constante em minha vida, não por causa de mim mesmo mas por causa da promessa dEle, lembra?... "E eis que eu ESTOU convosco TODOS OS DIAS, até a consumação dos séculos" Mateus 28:20... e assim eu acabo com “o medo de perder o que não possuo” pois a presença dEle em minha vida não esta em minha posse mas sim na promessa dEle, então a questão não esta em sentir ou não sentir essa presença mas sim em usufruir dela ou não, pois essa presença esta ali a minha e a sua disposição 24h por dia, 7 dias por semana, 30 dias por mês, 365 dias por ano.

Agora só resta você me responder uma pergunta... você é Marta ou Maria?

“39 E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.

40Marta, porém andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.

41 E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;

42 E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.”

Lucas 10:39-42


Que Deus abençoe.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Confissões de um cristão meio torto

Devo confessar que sinto uma certa ponta de inveja daqueles que têm uma comunhão bastante próxima com Deus. Suas orações apaixonadas, a expressão emocionada murmurando baixinho palavras de amor, olhos fechados, mãos levantadas, uma lágrima escorrendo pelo rosto. Sim, admiro quem depois de uma hora com o Senhor abre os olhos, enxuga a face molhada, e apresenta uma expressão serena de quem esteve aconchegado nos braços do Pai.

Olho para mim, e é só dificuldade. Como me é difícil manter a mente centrada no Senhor. Os pensamentos vão ao céu e voltam à Terra numa rapidez que não consigo controlar. Justo no momento que quero só pensar em Deus e estabelecer uma conversa agradável, pequenas cenas do dia entram abruptamente no caminho e elas me afastam dAquele que deveria ser o centro de minha atenção. Quando finalmente consigo firmar o pensamento nas coisas lá do Alto, uma lembrança do que preciso fazer amanhã me vem à mente, e deixo-me levar pela preocupação que ela me traz.

No louvor esforço-me para estar diante da presença de Deus, de adorá-lo em espírito e em verdade, mas confesso que muitas vezes o louvor torna-se um simples cantar. Incomoda-me a letra fraquinha, o som estridente da guitarra, o ritmo que não gosto, e depois quando termina não tenho muita certeza se adorei ao Senhor.
Depois de uma mensagem abençoada, ajoelho-me ao altar e prometo a partir daquele dia descansar no Senhor. Faço um pacto com Deus para não mais me exasperar diante do imprevisto, não reclamar mais das pequenas intempéries da vida, não me sentir ansioso diante do desconhecido, e não pensar mal daquele irmão que insiste em não gostar de mim. Vinte e quatro horas depois esqueço-me daquela segurança sentida no dia anterior e vejo-me tentado a pensar mais uma “vezinha só” nos problemas. E como uma vez só não me permite resolvê-los, vou estendendo meus pensamentos e preocupações durante o dia, até que me pego submergindo inteiramente dentro deles.

Fico pensando quantas vezes recrimino os que são detentores de vícios ou defeitos de caráter, mas quando olho para mim e observo aquela pequenina, persistente e inocente “tentaçãozinha”, sinto-me como um moderno fariseu pronto a colocar pesados fardos nas costas alheias e vejo minha auto-imagem ser abalada.

Folheio livros de auto-ajuda cristã e todos ali são vencedores, não há problemas que eles não vençam. Ouço o mais novo líder de ministério em evidência (sempre surge um novo), e descubro que Deus lhe deu todas as “dicas” para ser bem-sucedido no seu ministério, e eu aqui no meu gabinete pastoral sentado à frente daquele irmão que chora, às voltas com um problema que não vejo solução. E o que é pior, Deus não me sopra nenhuma resposta para dar àquele sofredor.

Da mesma forma ouço alguns programas no rádio do carro, de pastores curando, libertando, tirando o câncer, a asma, a bronquite e a artrite de seu rebanho e eu sem saber o que dizer à Beatriz, estendida na cama há 2 anos, sofrendo de uma dor ininterrupta em suas costas, que a paralisa completamente.
Embora tenha consciência do peso dessas confissões nada alegres, não me sinto desesperado, nem abandonado por Deus, nem necessitando de uma nova unção. Estranhamente, há uma paz dentro de mim, há algo me sustentando quando me resvalam os pés. Estranhamente sinto que, de alguma forma, em algum lugar, Deus me ama tanto que mesmo em meio às mais profundas decepções, aparentes derrotas, e orações não atendidas, Ele está ali pacientemente olhando para mim.

Minha tranqüilidade e confiança está em saber que não há nada que possamos fazer para Deus nos amar mais e não há nada que venhamos a fazer para que Deus nos ame menos.

Tenho aprendido a observar que Deus quer usar o vaso de barro que Ele fez. Deus não prescinde dessa argila torta, mas deseja ardentemente que o Seu tesouro preencha justamente esses falíveis e frágeis pecadores que somos nós. Jesus nunca rejeitou a Pedro por ser intempestivo, explosivo e temperamental. Deus não procurou outro profeta para colocar no lugar de Jeremias porque ele era claramente um depressivo que pedia a morte para si. Nem rejeitou a Ezequiel que parecia não bater bem da cabeça, nem a Jacó por ser mentiroso contumaz. O fato de muitas vezes agir como uma criança desastrada, mas querendo acertar, me leva a pensar que Deus também olha pra mim com a mesma compaixão e carinho que olho para o meu filho quando age desastradamente.

Decepcionado com Deus porque ele não me ouviu? João Batista teria muito mais motivos que eu, jogado numa masmorra por sua fidelidade a Deus. É verdade, que ele, assim como tantas vezes eu, pode ter se sentido em dúvida, desamparado, abandonado, sozinho. E daí? Ele também era um vaso de barro como nós. E Jesus não lhe recrimina por isso, mas diz dele: “nunca houve homem como esse”. Precisamos parar de achar que só os “vitoriosos” é de quem Deus se agrada. Essa é uma lógica mundana, que adentrou os átrios da igreja, e diante de alguma tragédia ou acidente na vida de um crente, logo imagina-se o quão longe ele deveria estar de Deus para lhe suceder tamanhas vicissitudes.

Entristecido porque Deus não respondeu às minhas orações? Meu ego ferido pela oração não respondida, é a porta que Deus usa para me falar. Saibam que Deus fala muito mais através de um ego ferido que pelas bênçãos acumuladas.

Preocupado por não sentir constantemente a presença de Deus? Não. Vejo na Bíblia a promessa de que Deus estaria sempre ao meu lado e não a promessa de que eu sentiria “sempre” a sua presença. Uma coisa é a certeza da onipresença divina, outra coisa é a manifestação dessa presença. Quanto maior a fragilidade da fé, maior a necessidade que Ele revele Sua presença. Quanto mais sei da fidelidade de Deus menos tentado fico a “exigir” que Ele se manifeste.

Se você também tem muito a confessar de suas fraquezas, de seus erros, de suas derrotas, de suas dificuldades em orar e adorar, não hesite. Confesse-as ao Senhor. Ele quer ouvi-lo. E sossegue o seu coração.

Fonte: Daniel Rocha, pastor da Igreja Metodista em Itaberaba, S.Paulo e Psicólogo

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O monstro

Bah... muitas vezes eu me pego “viajando” em minhas próprias “viagens”, hauihuiahuiahau essa foi pra matar né gente?
Pois é, fico analisando meu comportamento diante de Deus, de Seus princípios, das pessoas e da vida.
Eu penso muito sobre um problema específico que eu tenho, problema esse que muitas vezes me faz cair de joelhos e chorar amargamente diante de Deus. Me perco em pensamentos e discussões com Deus sobre o por que de eu ser assim? Ou por que, Ele que é onipotente, simplesmente não “deleta” isso da minha vida? Será que eu sai com “defeito de fábrica”? Sou assim por que ou burro, obstinado, neófito, fraco, mau caráter?
Daí então digo...
– Ah Deus! O Senhor só pode ter se enganado, não tem como, não tem como o Senhor ter me escolhido para ser Seu filho, se nem mesmo eu me escolheria. Como pode realmente me amar, ou ter me escolhido sendo eu do jeito que sou?
Chorei muito, lutei muito, lutei muito com Deus, me escondi, corri, fugi, negligenciei, tentei fazer que não era comigo, mas não teve jeito, de tempos em tempos esse “monstro” se levanta e vez por outra me agarra contra minha vontade, outras vezes por que eu o procuro, outras por que sou orgulhoso demais para PEDIR AJUDA, ou para fugir.
A parte boa disso tudo é que no final sempre me vejo encurralado, e a ÚNICA saída que eu encontro é olhar “para cima”, e para “olhar para cima” eu ponho minha testa no chão, então eu clamo desesperadamente a Deus, clamo pelo seu socorro, pela sua segurança, pela sua presença, pela sua graça, pelo seu amor. Essa é a parte boa, acabo sempre chegando mais perto de Deus quando me rendo a Ele. Mas existe a parte “ruim”, eu seria um tolo se dissesse que não existe essa parte. A parte ruim é a visão que eu acabo tendo de mim mesmo em relação a Deus, é o tempo perdido(ou não), e esse nunca mais se recupera. É também uma porção de sentimentos que acabam “borbulhando” em minha cabeça querendo achar soluções, ou causas “sistemáticas” para tal problema, tudo em vão.
Mas hoje, Graças ao meu Senhor Jesus, estou aprendendo um pouquinho mais, e quanto mais eu aprendo mais descubro que nada sei e que tenho que aprender muito ainda, aprender sobre a vida, sobre os sentimentos, sobre o meu relacionamento com Deus, sobre como ELE se relaciona conosco e sobre “o monstro”. A cada dia que passa aprendo um pouquinho mais sobre a GRAÇA, sobre o AMOR que Deus tem por mim, “amor que me constrange”, amor que “gentilmente me atrai para cruz”, amor que me cativa e me leva a tirar os olhos de mim mesmo, dos meus sentimentos, da minha vida e focar meu olhar nEle.
Não deixei de sentir, não matei “o monstro”, não deixei de viver, não parei de lutar, não parei de crescer, não deixei de lado minhas responsabilidades, não parei a beira do caminho... mas... entrego TUDO a ELE. “Por que dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas.” Continuo “fazendo a minha parte” crendo que Ele é fiel para cumprir Sua palavra em mim, me sustentando e capacitando para quando eu tiver que lutar contra “o monstro”, esse monstro que se chama... pecado.
“Senhor, “faz de mim” um verdadeiro adorador. Pai!
Faz de mim um daqueles a quem Tu procuras. Pois Pai, para onde me irei se só Tu tens as palavras de vida eterna? Só Tu és, Deus. Cumpra-se em mim o Teu querer... Eis-me aqui Senhor, me entrego a Ti, como um sacrifício vivo, morrendo a cada dia para mim mesmo e nascendo para Ti. Pai, eu te amo. Amém.”